Então é Natal...

Então é Natal...
E o que você fez?
O ano termina
E nasce outra vez!

Então é Natal!
A festa cristã
Do velho e do novo,
Do amor como um todo!

E então é Natal
Pro enfermo e pro são
Pro rico e pro pobre
Num só coração!

Então, bom Natal
Pro branco e pro negro,
Amarelo e vermelho,
Pra paz, afinal!...

Então, bom Natal!
E um Ano Novo também!
Que seja feliz quem
Souber o que é o Bem...

(John Lennon e Yoko Ono - Versão: Cláudio Rabello)

"NATAL"

"Chove. É dia de Natal.
Lá para o Norte é melhor:
Há a neve que faz mal,
e o frio que ainda é pior.

E toda a gente é contente
Porque é dia de o ficar.
Chove no Natal presente.
Antes isso que nevar.

Pois apesar de ser esse
O Natal da convenção
Quando o corpo me arrefece
Tenho o frio e Natal não.

Deixo sentir a quem a quadra
E o Natal a quem o fez,
Pois se escrevo ainda outra quadra
Fico gelado dos pés."

Fernando Pessoa

ESTOU PRESA…

Estou presa…
Neste sentimento que me afoga
Neste oceano de sentires
Neste jardim de afectos

Estou presa…
À sensibilidade que provei
À loucura que me abrasa
À realidade sensata

Estou presa…
Ao aroma dos lábios que amo
Ao sabor do corpo que desejo
Ao olhar das mãos que anseio

Estou presa…
Neste sonho sorridente
Nesta paisagem alegre
Neste voar que não me cansa

Estou presa…
À saudade dos momentos
À beleza dos sentimentos
À realidade dos pensamentos

Estou presa…
À vida que me mata
À borboleta que me leva
À flor que me cheira

Estou presa…
Ao arco-íris no horizonte
Ao pássaro livre que foge
Ao mar que me devolve

Estou presa…

CHOREI…

Dói-me o peito!
Lágrimas contidas fustigam meu rosto
Estou sem forças
Exausta
Estupidamente cansada
Nem o sonho me leva deste sofrimento
Deste vazio
Deste silêncio…

Sinto tanto a tua falta!
Falta da tua voz
Do teu sentir
Do teu pensar
A falta de te ter em mim
O meu necessitar de ti

Tropecei
Caí na escuridão da minha alma
Derrubei o meu saber sentir
Mutilei as asas que me deixavam voar
Lancei ao mar a minha força
A coragem
A bravura
A racionalidade
A eternidade…

Deixo-me afogar pelo sentimento
Chorar
Gritar ao vento
A dor que existe ao amar
Ao querer
Ao desejar…

Sinto o vazio por entre as mãos
Endurecido
Acutilante
Gritante…

Eu sei que nos amamos demais
Mas hoje precisei tanto de ti
Não me tocaste
Não te senti
Não me deixei elevar no sonho
De te sentir aqui…

Perdi-me
Na tempestade dos meus afectos
O mar inundou o meu corpo
Senti o frio glaciar
Não resisti
Tropecei
Chorei…

Desculpa, amor…
Sei que sou forte
Sei que nos queremos demais
Mas hoje
Hoje
Desejei o teu calor
Não senti o teu abraço
Não controlei esta dor
Este lamento
Invadiu-me o desalento
Suspirei
Chorei…

Amanhã sorrirei para ti…

FLOR SILVESTRE

Enroscada
Neste delírio de sonho
Fascinada
Pelo perfume do teu ombro…

Cheiros, aromas, fragrâncias sem fim
Odores, perfumes, bálsamos em mim…

Jardim de pétalas de rosas ou jasmim
Orquídeas abertas suspirando por ti
Ou serão simples flores silvestres que sorriem para ti?

Enroscada
Neste jardim, neste sonho
Sou a flor silvestre que renasce por ti…

QUERO-TE!

Sempre te quis…
Por isso te encontrei…

Serenamente adorei me apaixonar…
Seguramente prendi o teu olhar…
Timidamente voei no teu abraçar…
Suavemente gostei de te acarinhar…
Sofregamente senti o teu beijar…
Avidamente passei a te desejar…
Divinalmente senti a emoção de amar…

Quero-te eternamente…
Por isso te amo…

Amor meu, que transcende o meu sentir
Amor meu, que subsiste ao meu devir
Amor meu, que fortalece o meu existir…

Quero-te!
Amo-te!